terça-feira, maio 23, 2006

Sessenta Setenta


Enquadrado numa espécie de ruínas antigas, no centro da cidade do Porto encontra-se o restaurante “Sessenta Setenta” (nome com um trocadilho muito interessante, como se vê na fotografia), existente há cerca de 2 anos.

A decoração é gira e moderna, talvez um bocado minimalista. As mesas são pretas, postas de forma muito simples com pratos brancos e talheres prateados com um design interessante.

O ambiente é bastante agradável e acolhedor, e melhora se se ficar perto de uma janela com vista paisagística. Os empregados sabem o que estão a fazer, são simpáticos e atenciosos (algo que chamou a atenção das Ineses ;) foi trocarem os cinzeiros quase logo que eram acabados de usar).

A ementa muito criativa mas requintada apresenta várias escolhas engraçadas, embora algumas difíceis de decifrar, se não mesmo impossíveis :) .
De 2ª a 5ª pode-se optar por um de dois menus (bebidas à parte em ambos), o menu “se ssenta” de 20€, com entrada ou sobremesa e um prato da lista mas com escolha restrita, e o menu “se tenta” de 23€, com entrada, prato principal da lista mas com escolha restrita e sobremesa.

As nossas opções de entradas foram salada de rúcula, lulas com funcho, uma espécie de mousse de sapateira, sopa do mar e pattatu (uma mistura de batata, favas e azeitonas com queijo gratinado). Além da desilusão com a quantidade da generalidade das entradas, a sopa do mar deixou bastante a desejar, não só pelo sabor, mas também pela fraca consistência. As lulas com funcho também não foram muito bem apreciadas. O pattatu e a sapateira foram duas boas escolhas.

Os pratos principais foram basicamente bifes, ou de pimenta ou do acém ou de atum, rodovalho com espargos e robalo com açafrão. Posso dizer que os pratos estavam todos bons e foram bastante apreciados, no entanto devo referir que os espargos estavam de tal maneira amargos que ficaram no prato.

As opções para sobremesas eram algumas e até boas, mas as nossas escolhas não foram muitas. A marquise de chocolate deixou-nos um bocado insaciados, mas a tarte fina de maça e o puré de frutas com gelado não foram alvo de reclamações.

O preço médio por pessoa, sem grandes extravagâncias, deve andar perto dos 30€. Se optarem por vinho, entrada e sobremesa vai custar um bocado mais a pagar a conta…

A atribuição de sentidos é um bocado difícil pela mistura das coisas boas e que agradaram e dos aspectos negativos e que desiludiram bastante. Talvez 3,5 sentidos seja uma avaliação justa, mas aberta a outras opiniões!


Restaurante Sessenta Setenta

Rua Sobre o Douro, 1 A
Massarelos - Porto
Telefone: 223406093
Fecha Sábado ao almoço e Domingo todo o dia

(acesso pela Rua da Restauração, perto da Alfândega, por uma rua que desce, bastante inclina. Dificuldade de estacionamento)

terça-feira, maio 09, 2006

Pata Negra - para petiscar!!!

Uma agradável e inesperada surpresa…
Para quem não resiste a umas deliciosas "tapas" aqui está uma boa sugestão: Restaurante PATA NEGRA!

Num ambiente acolhedor, com música ao vivo e um atendimento muito simpático é possível comer uns petiscos deliciosos, acompanhados por um refrescante vinho, por cerca de 15€!

Para abrir o apetite, algumas escolhas podem ser: presunto (muito saboroso), queijo Camembert no forno (parece que não é uma boa opção, mas escolham porque não se vão arrepender), alheira (uma delicia), pimentos padron, polvo (com um gosto “equilibrado”), espetadinhas de carne (bastante tenras e apetitosas), chouriço assado …

Para quem ainda tiver barriga para mais, existem pratos “normais”. Eu sinceramente não provei porque já estava deliciada com as "entradas" :) .

Uma dica: escolham as mesas do lado direito de quem entra. São mais agradáveis pois ficam numa espécie de recanto com duas janelas.

Experimentem que vale a pena, trarão convosco 4 sentidos mais apurados!


Restaurante Pata Negra

Rua Sarmento Pimentel, 390
Leça da Palmeira – Matosinhos
Telefone: 229954032


sábado, maio 06, 2006

A Tasquinha Ibraim (V.P. de Âncora)

Foi no seguimento de um fim-de-semana prolongado, em Moledo. Estava na companhia de um casal de amigos, e a pensar, nessa noite, onde iríamos jantar... Ele é benfiquista (que fraco gosto! ;) ) e lembrou-se de ter visto uma reportagem na televisão acerca do restaurante de um antigo jogador do Benfica, em Vila Praia de Âncora, onde pelos vistos se comia um peixinho maravilhoso... Vai daí, decidimos ir à procura do tal sítio.

Depois de perguntarmos a uns "turistas" (como nós), lá encontrámos uns "locais" que nos souberam dizer que o Sr. que jogou no Benfica se chamava Ibraim, e que o restaurante dele ficava lá para os lados do ancoradouro dos barcos de pesca, no fim da marginal.

Não foi difícil de o encontrar: a transversal à marginal é estreita, mas o restaurante é logo ali, 20m para dentro da rua, do lado esquerdo. Descobrimos chamar-se "A Tasquinha", e tem paredes de blocos de granito, com portas e janelas de madeira escura, à "moda antiga".

Entrámos, e a decoração não destoou: paredes de granito, mesas e cadeiras corridas, de madeira, com enfeites regionais - os mesmos que se usam nas cangas de madeira tradicionais que emparelhavam os bois nas carroças... As toalhas e guardanapos ao xadrez azul e branco destoavam com o suposto "benfiquismo" do proprietário, mas não com o aspecto do local; os pratos de faiança com textura de areia contribuíam para o aspecto "rústico", assim como a ausência de copos de vidro - sendo substituídos pela eterna "malga" para o vinho.

Fomos atendidos pelo próprio Sr. Ibraim, que nos assustou um bocado com o seu ar carrancudo e de poucos amigos. Entregou-nos a lista quase sem usar palavras, e lá pedimos um rodovalho para dois e um robalo para um, ao que ele nos disse que não sabia se tinha peixes para tais doses, mas que ia ver.
Minutos mais tarde, regressou com uma travessa com dois belos - e fresquíssimos! - exemplares daqueles peixes, mas um bocado grandes demais, informando-nos que também tinha um rodovalho para 2 1/2 doses - que acabou por ser a nossa opção. Mais um minuto, e lá veio o peixinho na travessa para nossa apreciação, antes da confecção - e, mais uma vez, estava tão fresco que parecia vivo...

Talvez aí uns 20 minutos mais tarde, voltou o dito peixe, guarnecido com batatas, couve branca e cenouras cozidas, e um cheirinho divinal. E o sabor não destoou! Aliás, já não tinha memória de ter comido um peixe tão bom e tão fresco... Uma maravilha, incluindo o acompanhamento! Para não falar do vinho verde branco da casa, recomendado pelo Sr. Ibraim, que vinha fresquíssimo e acompanhava muito bem o peixe.

Entretanto, o restaurante tinha vazado, e começámos a puxar conversa com o Sr. Ibraim, para que nos contasse histórias da vida dele... Ao princípio mostrou-se reservado, mas minutos depois já estava sentado na mesa ao nosso lado, a partilhar muitas e interessantes - e algumas divertidas - histórias da vida e carreira dele. Tantas, que a dado ponto ele teve que confessar que normalmente não é assim falador, e até quase nem fala com as pessoas, e que até se sentia estranho em partilhar tanta coisa... (e ainda bem que o fez!) :)

No fim - e depois do creme queimado caseiro - ficámos completamente satisfeitos com a experiência, tanto do ponto gastronómico como do pessoal. Não tendo sido eu a pagar, não sei quanto nos custou a experiência, mas posso dizer que a dose de peixe rondava os 13€, sendo os outros preços perfeitamente "normais" (nada de excessivo), pelo que no limite a carteira não deverá ficar mais que 20€ mais vazia...

Muito boa comida, ambiente rústico e simpático, e bom serviço valem-lhe uns 3.5 sentidos. (O que, para este tipo de estabelecimento, é bastante bom)


A Tasquinha (Ibraim)
Vila Praia de Âncora
(junto ao ancoradouro dos barcos de pesca e Lota; ver desenho:)











(estacionamento na marginal, junto à zona do restaurante, ou um pouco mais para norte, junto e depois da lota)